25 de nov. de 2016

Conversa com uma professora.

Há um tipo de livro que eu gosto muito, aqueles livros que misturam biografia com temas teóricos.

O primeiro livro que me foi apresentado nesta perspectiva foi a” Arte de Ensinar” de Parini, ali, o autor , em uma linguagem leve e descontraída, consegue nos mostrar aspectos da docência que os manuais de Didática não trazem, porque ele fala do que ele vive, de suas experiências e dificuldades.

Depois me chegou às mãos, por meio de uma amiga querida, o livro de Débora Diniz, “Carta de uma Orientadora”, que me inspirou a também escrever para os meus orientandos, consolando-os e conduzindo-os (tem a minha carta já publicada neste blog).

E ontem, meio sem querer, me deparei com outra pérola do gênero, o livro prof. Leandro Karnal, “Conversas  com um Jovem Professor”. Foi assim, estava no aeroporto à espera do horário de embarque que demoraria ainda quatro horas, foi quando, vendo a listas dos meus e-books, encontrei o título e o autor e comecei a leitura despretensiosamente, mas me envolvi tanto no universo do livro que quando dei por mim já estava ocorrendo a chamada para entrar na aeronave.

Em uma mistura dos gêneros de Parini e de Débora,  Karnal traz uma linguagem direta, sem referências a autores renomados, e sem a roupagem acadêmica, ele não traz fórmulas mágicas, mas faz inclusive reflexões sobre seus próprios erros como docente.  Outro aspecto importante é que ao final de cada capítulo ele indica um filme. Indico muito a leitura. Não vão se arrepender.

Sabe, queria ter lido estes três livros a 20 anos atrás quando adentrava na sala de aula, medrosa, inexperiente,  mas com muita vontade de acertar, certamente teria evitado muitos dos erros que cometi ao longo do caminho, mas a docência sempre se renova e ao terminar de ler Karnal sinto-me emergindo, renovando-me.  Novidades virão por aí, na minha sala de aula.

6 de nov. de 2016

Quem são os humanos?

Instigada a falar sobre Educação Jurídica e Direitos Humanos, parei um pouco para pensar: Quem são os humanos?


Lembrei de tanta coisa:

Lembrei de Jakobs e seu Direito Penal do Inimigo. Para ele deve haver dois tipos de Direito Penal, um para o cidadão, a quem deve ser concedido todas as garantias da lei, e outro ao inimigo que deve ser tratado como se estivesse em estado de guerra.


Lembrei de Rubem Alves e sua crônica "O Padeiro". Nesta crônica o próprio carteiro se inviabiliza ao dizer: "Não é ninguém, é o padeiro!"


Os operários, de Tarsila do Amaral. 
Lembrei que as mulheres só conseguiram direito ao voto há 84 anos, e ainda assim, apenas as casadas, viúvas ou solteiras com renda própria...

Lembrei de tantas pessoas hoje invisíveis, que vivem na fome, na guerra, na absoluta miséria...

Acho que a primeira pergunta a responder sempre é esta: "Quem são os humanos?".E ela não é de fácil resposta, ela nos inquieta, nos balança e o mais importante, nos impulsiona a pensar diferente. 

Deixo esta inquietação pra vocês também! Quem são os humanos?

Discurso de Paraninfa (Profa. Adriana Ferro)

 E hoje é o dia da Colação de grau dos meus primeiros afilhados do curso de Pedagogia. Ser paraninfa é uma honra e uma responsabilidade muit...