Inicialmente, é importante partirmos da
concepção que o Ensino Superior tem como principal função a formação de
profissionais autônomos, que irão atuar no mercado de trabalho, tomando
decisões e mudando vidas. Neste sentido, é preciso que em sala de aula o
professor tenha a preocupação de mais do que informar, formar o profissional.
Mas, mesmo diante desta perspectiva, nos deparamos com a realidade deste nível
de ensino.
Senão vejamos as cenas descritas no
site Universia[1], ao
discutir sobre o assunto:
Cena 1- Primeiro dia de aula de uma professora em uma faculdade
particular em Brasília. Chega ás 19h10, horário marcado para começar, a sala
está vazia. Ela espera. Alunos começam a chegar. Ela faz a chamada às 19h30. Um
aluno chega mais tarde e "manda" a professora colocar um pontinho de
presença pra ele. Ela não o "obedece". O aluno diz: "Você é nova
aqui, né? Não sabe que no noturno todo mundo trabalha e chega atrasado
mesmo?".
Cena 2 - Aluno tira nota abaixo da média, é reprovado. Vai
até a professora tentar negociar. Professora não aceita negociações. Aluno
ameaça: "Será que vou precisar falar com a diretora para você mudar de ideia?".
O aluno do curso noturno tem direito ao
mesmo nível de ensino, à mesma qualidade, às mesmas exigências que o aluno de
qualquer turno. Porque eles vão exercer a mesma profissão, com as mesmas dificuldades
Como formar um profissional, se o estudante já começa o seu curso querendo
empregar “o pacto da mediocridade”? Ele precisa compreender que ao chegar à
faculdade é um estudante que trabalha, e não um trabalhador que estuda.
A lógica do aluno que está pagando um
curso superior é por vezes invertida, eles exigem o seu direito de consumidor,
mas sem a real compreensão que este direito constitui-se em ter um ensino de
qualidade, que o prepare para as exigências da profissão que escolheu, e não ter
o direito de passar de qualquer jeito ou de ter um ensino fácil e fraco.
O aprendiz também não pode assumir uma
atitude passiva em sala de aula, esperando que o professor realize todas as
atividades, que ministre sempre uma aula magistral, é preciso que haja uma preparação
para a aula, que faça leituras prévias, que se dedique a estudar o assunto
antes, durante e após ser ministrado.
A questão do tempo, principalmente para
o aluno que trabalha é um problema, mas não pode ser sempre uma desculpa. Ao
adentrar no curso superior, o aluno propôs-se a realização de um objetivo, e
chegar ao final da caminhada com êxito, nas primeiras colocações, é desafio que
deve ser perseguido. É preciso ser, como já disse, protagonista da sua
formação. Todos têm o mesmo professor, a diferença entre o bom aluno e mau
aluno é o esforço individual, é a dedicação, e nem sempre ter muito tempo é
sinônimo de um estudo produtivo.
Outra questão importante é que
precisamos compreender que educar é elevar o nível do educando, e no Ensino
Superior é que se forma a elite (na mais pura semântica do vocábulo)
intelectual, aqueles que estão preparados para a compreensão das estruturas
fundantes.
Finalmente é preciso que se compreenda,
que ninguém ganha com o pacto de mediocridade, o aluno percebe, às vezes tarde
demais, o prejuízo e o tempo perdido quando deveria estar aproveitando o que
aula e o direcionamento do professor poderiam propiciar.
Agosto de 2012
[1]
Disponível em: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/04/06/444663/como-lidar-com-aluno-cliente.html
Bem colocado professora, posso dizer que sou uma estudante que trabalha, pois acima de tudo está o estudo e estou sempre tentando aproveitar os poucos momentos que tenho para estudar. A questão do trabalho não justifica nota. O que justifica é o interesse do aluno! A iniciativa tem que partir dele.
ResponderExcluirConcordo, professora!
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