Quando eles eram pequenos eu escrevia crônicas de suas peraltices, a saga de levar e pegar no colégio, as perguntas inusitadas e as aventuras que só a imaginação infantil permite acontecer.
No início da adolescência escrevi sobre o cheiro do perfume que ficava na casa depois que eles saiam para os compromissos juvenis.
Mencionei também que éramos muito grudados mas que a juventude traria consigo um descolante.
Mas aí chegou hoje. A mãe trabalhando no planejamento acadêmico da semana, em home office, e a casa silenciosa, durante toda a tarde. Mas a noitinha foi chegando, e o barulho da chegada foi se anunciando, um por um chegou e foi dar o beijo de "cheguei em casa, mãe ". O último a chegar foi o pai, que trouxe pães e bolo. E todos ao redor da mesa conversando.
Aí me lembrei da crônica do descolante da juventude, e sorri. Eles tem a vida deles, mas sabem que tem um ninho também, e as asas maternas sentem o aconchego dos seus.
Que seja eterno enquanto dure.